Um soldado da Polícia Militar corre o risco de ser punido rigorosamente, de prisão até a sua expulsão da tropa, por ter feito uma crítica pessoal contra o governo do estado do Ceará.
Nesta terça-feira (26) foi publicada no Boletim do Comando Geral (BCG) uma portaria determinando a abertura de sindicância para apurar o fato. O procedimento pode se transformar em ato de expulsão após a tramitação de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD).
O militar alvo da censura pública e da Corporação é o soldado PM Márcio Wescley Oliveira dos Santos, destacado na 2ª Companhia do 22º BPM (Bairro Papicu). De acordo com a portaria do Comando-Geral, de número 132-219, o tenente-coronel Manoel Messias Rodrigues foi nomeado para apurar “os fatos”.
Através de uma rede social o soldado Wescley teria feito o seguinte comentário: “Governo do PT massacra trabalhadores do Ceará”. Foi o suficiente para que O Comando-Geral entendesse que o militar quis atingir o governador do estado, Camilo Santana (PT), e logo determinou o início da apuração disciplinar.
Censura e abuso
A investigação terá que ser instaurada e logo iniciada no prazo de até 72 horas após a publicação da portaria do Comando, e deverá estar concluída em 30 dias, conforme determina norma estabelecida pela CGD.
Nas mesmas redes sociais através da qual o soldado fez a crítica ao governo do estado, dezenas de policiais se manifestam desde ontem (26) contra o que chamam de “censura” e “abuso de poder” do governo e do comando da Corporação.