O deputado e presidente da Comissão de Segurança Pública, Jesuíno Boabaid (PMN), durante a Sessão Ordinária da Assembleia Legislativa na tarde desta terça-feira (18), mostrou vídeo de rebelião de presos ocorrido no último fim de semana em Roraima. Presos usavam a cabeça de um detento que foi decapitado por seus colegas, como bola para jogar futebol.
O parlamentar lembrou que em Porto Velho esta situação aconteceu também no presídio Urso Branco em 2004 e questionou se um cidadão desses tem condições de voltar ao convívio social.
Essas facções criminosas que se instalaram nos presídios, afirmou, mostram o poderio que tem e matam seus semelhantes que sejam adversários. “Não sei como os defensores dos Direitos Humanos tem a coragem de vir a público defender um psicopata desses”, inquiriu Boabaid.
Disse que o país vive um cenário de terrorismo. “O Brasil tem muitos dispositivos legais que os defendem, são sustentados pelo Estado e brincam com a lei dentro dos presídios”. Boabaid ressaltou que o Congresso tem de ter força para mudar este cenário e que os detentos têm de suprir suas despesas.
Além das facções criminosas agora tem também a LCP, afirmou Boabaid. “Eles se acham no direito de invadir, meter fogo nas propriedades. Que dizer que é esta a ideologia deles, de baderna?”, indagou.
Jesuíno disse que no momento em que um juiz dá uma sentença de reintegração de posse, pede sem violência, sem conflito. “Como que vai fazer isso se eles estão com armamentos melhores do que o dos policiais?” Indignado o parlamentar questionou que se o bandido faz estas atrocidades dentro da cadeia, imagina quando estiver fora. Enquanto isso, afirmou, “as famílias, as pessoas de bem estão presas em suas casas, tudo porque o Estado tem sido frouxo. Se qualquer PM fizer qualquer coisa responde por processo, mas os santinhos que estão presos podem fazer o que bem entender”, argumentou.
Disse que seu posicionamento é firme e que enquanto tiver a Tribuna continuará enérgico e crítico. “O cidadão de bem se manifesta, pode ser processado, por isso falo em nome daqueles que não tem voz, que não podem se manifestar”.
Reafirmou seu posicionamento favorável a redução da maioridade penal. “São adultos para votar, para matar, mas não podem ser presos”, questionou Boabaid.
Morte
Boabaid falou também do policial que foi morto no Espaço Alternativo, na madrugada da segunda-feira (17). O policial foi alvejado com cinco tiros. “Não foi elucidado ainda o caso, mas o fato é que a violência está em todos os lugares. Este local virou ponto de orgia, de prostituição e tráfico de drogas e o poder público não faz nada”, denunciou.
O deputado pediu a Polícia Militar que intensifique as ações no local. Relatou que a vereadora eleita Ada Dantas (PMN) irá propor projeto de lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas no local, bem como o som alto.
Transporte
Sobre a proposta do Executivo (Decreto 21.299/16) que regulamentou o auxílio transporte, segundo Jesuíno, o governo está aplicando dispositivos que não deveriam ser aplicados. Criticou o responsável pela Folha de Pagamento do Executivo, o coronel Delner Freire, que deu parecer para que seja cobrado do servidor 6%. Haverá assembleias e várias categorias irão parar em todo o Estado.
“Uma pessoa que orienta o governador a assinar algo assim é um ser muito perverso. Pra mim eu exonerava. Mexeu no bolso do servidor e agora o governo vai ao enfrentamento sem necessidade”, afirmou Boabaid.
Jesuíno também criticou o atual prefeito de Porto Velho (Mauro Nazif-PSB), no que tange ao transporte escolar, o que atrasou o pagamento das empresas e que muitas crianças estão sem estudar devido à falta de ônibus. Disse que a população da capital mostrou sua insatisfação com o trabalho do atual gestor e não o colocou na disputa nem no segundo turno.
Apartes
Adelino Follador (DEM) disse que o coronel que cuida da Folha de Pagamento “já passou da hora” e que manda mais que a Procuradoria Geral. “Isso cria um clima ruim para o governo”.
Cleiton Roque (PSB) disse que pelo histórico do Dr. Mauro (PSB), atual prefeito da capital, merece ter o nosso respeito e que pela situação econômica vivida por todos os municípios, que passaram por dificuldades, e que especialmente no transporte escolar houve atraso dos repasses do Estado para os municípios e que estão sendo regularizados.
Laerte Gomes (PSDB) disse que já conversou com a Casa Civil e com o governador e que já estão revendo a situação dos descontos do auxílio transporte aos servidores estaduais.
Lúcia Tereza (PP) se solidarizou com o deputado e que espera que a situação seja revista e que os trabalhadores, especialmente os da educação, não podem ser prejudicados.
