Porto Velho, Rondônia – Após seu Governo ter sido atingido por operação policiais que desnudaram supostos esquemas tenebrosos de corrupção, o governador Confúcio Moura (PMDB) decidiu tomar uma atitude drástica: nomear militares para comandar pastas que lhe trouxeram dor de cabeça.
Assim, ele vai se cercando de coronéis em diferentes áreas, algumas delas sem nenhuma ligação com a caserna.
É o caso da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), onde existem suspeitas de atos nada republicanos e para comandá-la ele escalou o coronel da PM Vilson Salles.
Agora, depois de o deputado José Lebrão (PTN) ter se recusado a assumir o comando da supersecretaria, que seria criada para cuidar do Departamento de Estradas de Rodagens (DER), o governador escalou um coronel dos Bombeiros para a função de diretor geral do DER.
Trata-se de Lioberto Caetano, que se destacou como o chefe estadual da Defesa Civil, durante a cheia histórica do rio Madeira, registrada no ano passado.
Foi uma escolha pessoal e uma aposta do governador, que teria fincado pé em não aceitar entregar o DER de portas abertas para Lebrão fazer como quisesse.
Foi no DER, comandado por Lúcio Mosquini, agora deputado federal pelo PMDB, que Confúcio enfrentou a maior saia justa enquanto governador. Supostas irregularidades nas obras do Espaço Alternativo, em Porto Velho, ensejaram que o chefe do Executivo Estadual fosse levado sob vara para depor na Polícia Federal, durante mais de seis horas.
Mais coronéis
Tem mais coronéis em postos de destaque no Governo. o coronel Caieiro comanda o hospital e pronto-socorro João Paulo II. A Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), está no comando do tenente coronel Marcos Rocha.
Confúcio já havia nomeado, na metade de seu primeiro mandato, um delegado de Polícia Civil para comandar a saúde estadual, sem sucesso.
Não se discute a competência e a lealdade dos militares nos cargos. O curioso é que, o próprio Governo e a Polícia Militar reclamam da falta de efetivo. A PM, inclusive, já baixou decreto chamando de volta aos quartéis todos os policiais que estão à disposição de outras instituições e órgãos.
Mas, parece que os oficiais não estão em falta, pelo contrário.