Já pensou ser preso por uma simples acusação? Sem provas e sem testemunhas. Consagrada pelo Poder do Ministério Público e ratificada pelo Poder Judiciário.
Se isso ocorrer na sua vida se cuide, pois você conhecerá os rigores do querer é poder, pois a vontade do Ministério Público se transforma em prisão, mesmo contrariando a constituição, as leis e as convencionalidades.
Demonstra-se tal fato a luz do caso dos agentes da Força Nacional Tenente Renato e do Cabo Bruno.
O caso iniciou no dia 23 de dezembro de 2018, no bairro Tancredo Neves, zona Oeste de Boa Vista-RR. Quando o mecânico Marcelo seguia na rua Leôncio Barbosa e foi perseguido e baleado pelos policiais LEANDRO QUEIROZ DE PAULA SOUZA (o motorista) e WILLIAM DA SILVA SOARES que estavam fora de serviço.
Marcelo Menezes pilotava uma moto na rua Leôncio Barbosa, no bairro Tancredo Neves, quando foi baleado pela dupla. Ele estava sozinho e carregava uma espingarda calibre 36, usada para caça esportiva. Ao ser alvejado, ele caiu da moto.
LEANDRO e WILLIAM ao verem que Marcelo estava ferido e provavelmente morto, chamaram, através do grupo de whatsapp os agentes Renato e Bruno que estavam de serviço e deram socorro ao ocorrido.
Na delegacia, os agentes que estavam de folga disseram que foram surpreendidos por dois indivíduos em uma motocicleta que tentaram roubá-los, e por isso desferiram os tiros.
Ainda na versão de LEANDRO e WILLIAM, um dos homens foi alvejado e caiu no chão, enquanto o outro, que conduzia a motocicleta, teria fugido do local.
O MP constatou, por meio de imagens das câmeras de segurança da escola estadual Tancredo Neves, que a versão dos policiais não era verdadeira, pois ficou comprovado que houve perseguição à vítima e que não haviam duas pessoas na motocicleta.
Para escapar de sua culpa e responsabilidade LEANDRO e WILLIAM resolveram contar uma nova estória, na qual Renato e Bruno ao chegar no local encontraram Marcelo ainda com vida, o colocaram na viatura da Força Nacional e o levaram para um lugar ermo onde a sangue frio o executaram e colocaram novamente dentro da viatura e depois de toda essa barbárie o levaram para o hospital.
Uma estória digna de filme e de capa de jornal o que realmente se transformou. LEANDRO e WILLIAM foram premiados por sua criatividade, pois o MPRR lhe concedeu a liberdade, pois com essa capa de jornal o MPRR tinha uma ótima história a contar para sociedade de Roraima, policiais assassinaram a sangue frio um trabalhador.
A partir desse único depoimento de LEANDRO e WILLIAM, o MPRR pediu a prisão do Tenente Renato e do Cabo Bruno, acatada pelo TJRR.
Até aqui tranquilo, parecia que seria apenas uma situação protocolar, uma prisão que durasse enquanto se desenvolvia a apuração dos fatos. Porém não foi o que ocorreu.
23 meses se passaram, investigações concluídas, laudos e provas da inocência de Renato e Bruno anexadas ao processo, mas o querer do MPRR ainda é o Poder, poder de manter estes dois inocentes presos. Um poder que é ratificado pelo TJRR ao negar todos os HABEAS CORPUS impetrados pela defesa.
As provas da inocência de Renato e Bruno são: Laudo Cadavérico
Os pontos de GPS que demonstram os deslocamentos de Renato e Bruno da ocorrência ao hospital, e do hospital para a base.
O que pode explicar o comportamento desviante do MPRR em relação à constituição, às leis e das convencionalidades, é o que eu chamo de preconceito estrutural, pois a autoridade ministerial tem convicção que todos os policiais são criminosos. Assim, o MPRR com o poder de punir, puniram, ou seja, a síndrome do querer é poder, muito bem ilustrada no caso Renato e Bruno.
E o Poder Judiciário com sua função de revisar, avaliar e decidir, o que fez? Concordou com o Querer é Poder do MPRR, e negou tudo que a defesa apresenta em uma espécie de corporativismo inquisitorial e punitivista.
O que demonstra que a Polícia Militar no Brasil é duplamente vítima, primeira vítima da bandidagem a qual combate todos os dias nas ruas e vítima das instituições que tem sede de puni-los e apresentar para sociedade seu Poder, espalhando o império do medo e da insegurança.
Com isso tudo, só temos certeza de uma coisa: os bandidos estão soltos, e nós estamos com medo do Ministério Público e de seus companheiros. Como demonstrado no caso Renato e Bruno vemos o Querer é Poder do MPRR coroado pelo TJRR.
Prof. Dr. Sociólogo Ricardo Rodrigues 07/12/2020
Vespera do dia da Justiça, o que tenho a comemorar 23 meses de um irmão preso de modo ilegal e arbitrário!