Policial Herói – O reconhecimento tem que vir de forma proporcional à condenação – Por Ada Dantas

WhatsApp

Um policial da Força Nacional foi alvejado com tiros de fuzil no braço e na boca durante um assalto, em uma agência do Banco do Brasil, no município de Monte Negro. O miliciano foi socorrido no local por outros policiais e testemunhas que acompanhavam a ação.

Várias as fotografias, uma delas, uma poça de sangue no chão, a fim de explicitar a gravidade dos ferimentos sofridos pela vítima, porém não se atentaram que aquela poça continha sangue de um herói. Não é fácil compreender, na realidade é difícil lembrar o dia em que todos os profissionais da segurança foram lembrados e/ou honrados em suas atitudes.

Fatos envolvendo policiais militares estão por toda a mídia. Não é de hoje que policiais estão abomináveis no conceito da sociedade, acusados em diversos delitos, as páginas policiais são, das matérias, comparado a criminosos perniciosos, as mais comentadas. O policial militar, diferente dos demais profissionais da segurança, mesmo a paisanos continuam exercendo suas funções de mantenedores da ordem pública.

Há um mês o SD PM Gualter, após deixar o plantão, se dirigia para sua residência quando se deparou com uma senhora, correndo na rua e pedindo socorro, pois seu botijão de gás estava prestes a explodir, havia fogo em parte da casa e uma criança de um ano e cinco meses continuava lá, a tragédia era certa. Gualter, nem analisou as conseqüências, entrou na casa lacrou o botijão e jogou-o na rua, voltando para dentro da casa a fim de salvar a criança, logrando êxito no salvamento, não se atentou para o gás que havia vazado em um dos cômodos, quando houve a explosão. O fogo seguiu direto para seu corpo, produzindo queimaduras de 1º e 2º graus, porém o PM conseguiu se salvar.

O corpo de bombeiros chegou alguns minutos depois, informou a tragédia ocorrida com policial aos seus superiores e o conduziu para o hospital. No hospital, Gualter não recebeu nenhuma visita oficial, geralmente casos com policiais são elaboradas as chamadas “partes”, não foi elaborada, na imprensa nada foi divulgado. O PM se recuperou, voltou ao seu trabalho e até hoje nenhuma homenagem.

Fatos similares acontecem diariamente com esses profissionais, mas infelizmente as tragédias repercutem mais que bons exemplos. O exemplo do CABO PM Marcos Silva de Jí- Paraná que salvou um adolescente que se afogava, quando se divertia num banho da região, pela profundidade constatada em perícia, somente um grande nadador conseguiria êxito no salvamento. Desde o episódio o Cabo luta incansavelmente pelo seu reconhecimento.
Outro caso muito marcante aconteceuno município de Ariquemes, quando uma menina de um ano e nove meses, Ana Clara Abranches, que estava desaparecida desde o dia 31 de dezembro de 2008, foi encontrada com vida, policiais militares da Companhia de Operações Especiais (COE) localizaram a criança na mata, nas proximidades da área onde havia desaparecido. A menina estava bastante debilitada e foi encaminhada ao Hospital da Criança em Ariquemes, onde recebeu atendimento médico. Policiais disseram que não teve, entre eles, quem não se emocionou, segundo o PM a emoção foi como se estivesse segurando a própria filha.

Conforme regulamento da Policia Militar em seu artigo 60º – As promoções serão efetuadas pelos critérios de antigüidade e merecimento, ou ainda, por bravura e post mortem. Acontece que a promoção por merecimento fica a cargo de ato discricionário do Comandante Geral, Governador e demais autoridades.
Em 2010, o governo anterior assinou decreto que autorizava à promoção do Cabo da Polícia Militar, Augusto César Pereira Góes, à graduação de 3º Sargento pelo ato de bravura.

O caso ganhou muita repercussão na mídia, o policial, no dia 24 de maio de 2004, conseguiu prender em flagrante dois rapazes que efetuavam assalto a uma drogaria por volta das 7:00 horas, na Av. Calama em Porto Velho. De folga, o policial passava pelo local quando viu a movimentação e não hesitou em agir. Ele verificou a situação e avaliando que poderia deter os suspeitos, não perdeu tempo, conseguindo êxito em sua missão.

No caso do policial alvejado no Município de Monte Negro, se morrer será promovido a post mortem, ou seja, devido a sua morte em combate. Desta forma, não há recurso que o impeça de seu direito, isto é, seus dependentes serão honrados por sua morte em beneficio da sociedade.

Certamente que, quem ler essa matéria e não for policial levianamente poderá pensar: “Intrigante… esse cara fez o concurso porque quis”, ou “… são ossos do ofício”. Isso parecerá comum para alguns, mas para o policial não será. Esse profissional não está na profissão por dinheiro, muito pelo contrário, a maioria faz “bicos” de forma ilegal ou se desdobram em escalas extras para complementar o salário. Ele não está por status, pois protege uma sociedade que o condena, mediante a isto não é bem visto. Ele está por que, em sua personalidade, contém algo chamado de “rusticidade”, isto é, muita coragem somada à selvageria, não fosse isso, não entraria em fogo cruzado, não se jogaria num posso para salvar uma vida, não abancaria uma velocidade de 160 km/h, via urbana, para salvar a sua vida.

Depois de enfrentar todas as provas, como a base de selva, onde chegam ao extremo, o que se espera desses profissionais é que haja conforme a lei, o que se espera das Autoridades é a valorização, da população o prestigio, dos legisladores, leis mais severas. Ademais, comparado ao poder judiciário, não fosse um policial executar a lei diariamente, mesmo demorando meia hora para chegar ao local, o que seria do cidadão se esperasse que o judiciário resolvesse todos os conflitos? Pense e reflita e analise quem precisa mais do reconhecimento desses profissionais, se a Corporação, a qual ele serve ou a população. Importante frisar que os crimes não são cometidos pela profissão e sim por pessoas, atrás de uma farda, de um avental, de uma toga, de um terno existem pessoas, cada uma com um caráter, com uma personalidade, então atrelar crimes porque é policial ou porque é juiz são pensamentos estúpidos.

Todas as pessoas estão passivas a erros, somos seres- humanos. Assim como a condenação de um marginal serve de exemplo para a o povo, o reconhecimento tem que vir de forma proporcional, como é o exemplo dos profissionais citados acima, mediante a essa recompensa estarão os seres -humanos construindo um futuro melhor para a sua geração, no mais, respeitando seus próprios conceitos.

Fonte: Ada Dantas- SRTE-1150.

Deixe um comentário

Seja um associado

Os melhores benefícios e lutas pelas causas dos praças e familiares dos policiais e bombeiros militares do estado de Rondônia

Duvidas?

Fale com a equipe da ASSFAPOM por um dos canais de atendimento.

Associação dos Praças e Familiares da Polícia e Bombeiro Militar do Estado de Rondônia

Rua Padre Augustinho, 2877 - Liberdade, Porto Velho - RO, 76803-858

CNPJ: 11.170.355/0001-45