O presidente da Associação dos Praças e Familiares da Policia e Bombeiro Militar do Estado de Rondonia – ASSFAPOM, ex-deputado estadual Jesuíno Boabaid, criticou a atitude do senador da República, Cid Gomes (PDT-CE), que usou uma retroescavadeira para tentar entrar em uma batalhão da Policia Militar ocupado por militares amotinados em Sobral, no interior do Ceará. Durante a confusão, o senador foi baleado duas vezes no peito.
“Como presidente de classe representativa, acompanhamos a luta pacífica dos policiais militares do Ceará por melhores condições de trabalho e salário mais digno, vimos esta reivindicação ser literalmente atropelada pelo senador Cid Gomes, do próprio Estado, colocando em risco a vida dos policiais que participavam do ato”, diz.
Ainda em tom de desabafo, Boabaid disse ser revoltante a atitude covarde e impensada do senador que, como representante da sociedade, deveria dar exemplo e não incitar a violência contra agentes da segurança, e muito menos atentar contra a vida destes guerreiros que se arriscam diariamente pela segurança da população.
“A atitude do senador licenciado é um atentado contra todos os militares do país, uma vez que é notório a tentativa de homicídio praticada por esse indivíduo, bem como o crime de dano ao patrimônio público, uma vez que com uma retroescavadeira, tentou atropelar várias pessoas, que estavam reivindicando seus direitos de forma pacífica em um movimento paredista” frisou.
Qual o motivo do motim?
Os PMs querem que o governo do Ceará refaça a proposta de reestruturação salarial enviada na terça-feira (18) para a Assembleia.
O projeto de lei prevê aumento de salário para os soldados da PM e para bombeiros de R$ 3.475 para R$ 4.500, com reajuste parcelado em três vezes até 2022.
Mas os policiais querem que o pagamento seja feito em apenas uma parcela e que seja apresentado um plano de carreira para a categoria.
Por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de 2017, greve é proibida para agentes das polícias Civil, Militar, Penal, Federal, Rodoviária Federal, Ferroviária Federal e Corpo de Bombeiros.
“Em Rondônia não é diferente, a Assfapom tem buscado de inúmeras formas diálogo com o executivo desde janeiro de 2019, mesmo assim o governo não respondeu e nem se manifestou de forma clara quanto a valorização salarial dos policias e bombeiros militares. A Assfapom protocolou na corregedoria do Tribunal de Justiça, pedido de intervenção judicial, mesmo assim a informação é de que essa tratativa tem que vir por parte do executivo que não aparenta estar interessado em ajustar salário de nenhuma classe, por esse motivo, em abril dará início a operação “Tolerância Zero” em todo Estado”, finalizou Jesuíno.